quinta-feira, 15 de maio de 2025

042 A Paixão do Goleiro



A Paixão do Goleiro de Luiz Fernando Sarmento Rola, rola a bola, o atacante lança, o goleiro aguarda, guarda... Desespero do goleiro, a bola o gol alcança, entra o bólido inteiro Herói, agora bandido, batido, sente, abatido, regride, desprotegida criança... Gritos, avança, a multidão avança, potente, inclemente, demente e ele só, só, em plena solidão, a dor da derrota sente Desconfia, mal sabe que nada valem derrotas, vitórias, empates... Somente o amor solidário, nestes momentos de dor, supere aquele calvário... Em si não mais desespero, muda do mundo a visão, sereno, alegre, inteiro: este amor verdadeiro alimenta, enleva o goleiro, deixa a dor, ama o amor, o amor é sua nova paixão... * Gravado por Daniel Abrahão Rio de Janeiro Brasil Julho 2014

041 Navegar - Do Igual pra Igualzinha - Eu, hoje



terça-feira, 13 de maio de 2025

A arte da guerra 20230421 113641



a arte da guerra Sonhar é preciso. Viver não é preciso. Viver é incerto. * Folheio “A arte da guerra”, escrito há mais de 2.500 anos. Arte do engodo, da falsidade, a arte da guerra. Quem está fraco, que pareça forte. Quem está forte, que pareça fraco. Na guerra da política atual, falsas notícias desnorteiam a nós todos. Repetidas, repetidas – as falsas notícias – dão, ao falso, vida. Mentiras se tornam verdades. O que é inimigo é visto como mito. O amigo é visto como inimigo. Informações mentirosas nos confundem. Nestes campos de batalha, me perco, um tanto amedrontado. * Imagino sejam mentiras algumas ou muitas das notícias que nos chegam, através de rádio, jornal, revista, televisão... ou do youtube, whatsapp, facebook. Imagino que as fontes destas notícias-mentiras tenham obscuras intenções. E, mal-intencionadas pessoas e instituições, ao analisar mensagens pessoais, saibam tanto de cada um quanto o que cada um se expõe – o que pensa, o que sente, a fé que professa, a visão de mundo, a profissão, gostos, desejos... Imagino que muito do que me contaram não foi verdadeiro. O ladrão era outro. Era outro o malfeitor. Imagine. Imagino que estas notícias-mentiras tenham a intenção de amedrontar-me, dominar-me pelo medo. * Por outro lado, outras pessoas, além de algumas brasileiras – estrangeiras –desejam os bens do Brasil. Antigamente, a História nos conta, romanos, portugueses, espanhóis, franceses, ingleses... dominaram partes do mundo, colonizaram, extrairam a ferro e fogo bens e liberdades de outros povos. Hoje, nos domina a cultura americana. Sua música, seu way of life, seu modo de vida, seus produtos estão no nosso cotidiano. Pela comunicação – apoiada pelo poderio financeiro, guerreiro – nos dominam. Nossas vidas têm sido pautadas pelas notícias e pelas ficções de jornais, de rádios, revistas, televisões. E pelas informações – falsas ou verdadeiras – que os whatsapps e facebooks da vida nos trazem. Acreditamos mais nos meios de comunicação do que na realidade que vivemos. Cada vez mais, o medo presente. A tristeza, a depressão. * Estas falsas notícias, fakenews, têm pautado conversas sem sentido. Conversamos, muitas vezes, sobre o que pouco ou nada sabemos. Lembra? Adoniran Barbosa, compositor do Trem das Onze, em outra música, Torresmo à Milanesa: ... Vamos armoçar sentados na calçada conversar sobre isso e aquilo coisas que nóis não entende nada depois, puxá uma páia andar um pouco pra fazer o quilo * Coisa de doido, guerrear. Coisa de gente que não suporta a paz. Tenho medo. Guerra, não desejo. * Imagino. Novas mentiras virão. Um mundão de mentiras. Aprenderemos a mentir para nós mesmos. Como agora já quase. * Dentro do fogo, é fogo. Só vejo chamas. Quando me afasto, vejo o todo, outros caminhos. Esperanças. * Mesmos caminhos, mesmas paisagens. Outros caminhos, outras viagens. Solitários, somos solidões. Solidários, multidões. Quando interajo, gente, a ilha que sou vira continente. * O que está ao meu alcance para bem viver, me pergunto, do jeito que o mundo é. Agora e aqui. Tento ficar mais atento ao que posso fazer pra melhorar o mundo. Descubro, sou bem melhor tratado quanto melhor trato alguém. E me relaciono melhor com o mundo quando me relaciono melhor comigo mesmo. Pequenas escolhas de toda hora têm definido a vida que vivo. Estou que gosto. Realizo um ato político em cada escolha que faço. O que penso, o que falo. O que como, ouço, leio. A arte da paz, experimento. * E, numa boa, digo pra mim mesmo: não é a economia, estúpido. São os afetos. É que os afetos é que me animam, dão sentido à minha vida. Quando me lembro quem sou, quem são os que amo, os amigos... o conforto aflora. * Pra mim, o sucesso é fruto da identificação. Vejo no outro o que, também, sou. Quando a sofrência faz sucesso, me alarmo. Mais ainda, quando, tristeza, a violência faz sucesso. Desconfio, quem ama a violência talvez seja violento consigo mesmo. Talvez proiba, em si, o que deseja. Por não se permitir, não permite ao outro. Quando me incomoda o beijo do outro, o prazer do outro, desconfio de mim. E confirmo, é meu próprio prazer que não me permito. Semente de conflito, gasto tanto tempo tentando mudar o comportamento do outro que me esqueço de mudar em mim este vício de querer mudar o outro. * Por outro lado, só sei de Lula os frutos que dele vi e vivi. Nos seus governos vi gente pobre e negra de cabeça levantada, a estudar em universidades, a ganhar o pão com carteira assinada, a cultivar sua própria cultura, a se alegrar em ser o que é. Vi transparência. Vi gente rica e pobre satisfeita. Vi erros e vi acertos. Mas vivi o governo mais justo e livre que já vivi. Lula, pra mim, um sucesso. Aprendo com ele. Desejo pra todos nós o que pra mim desejo. Cuido do outro como cuido de mim. Desejo Lula livre. Ele tem feito bem, a mim e ao mundo. Libertário Lula. Lula vive em mim. Luiz Fernando Sarmento www.luizsarmento.blogspot.com Brasil 2023



segunda-feira, 12 de maio de 2025

Saiba + 04 . Inteligência Coletiva . Orgonoterapia . Cordão do Boitatá ....



O programa 04 contém 3 vídeos: 01 Inteligência Coletiva. Cunca: - O nosso currículo é um currículo diferente. Chama inteligência coletiva... Pedro Cláudio Bocayuva, Cunca, identifica a inteligência coletiva em plena prática no Centro Cultural A História que Eu Conto, em Vila Aliança, Bangu, Rio de Janeiro, RJ, Brasil. Realizado em 2008. No total, aproximadamente 4 minutos. 02 Orgonoterapia, Denise Dessaune – Psicoterapias Corporais. Denise: Eu acho que falar de orgonoterapia é fundamental porque a orgonoterapia, digamos, é o berço, é a matriz de todas as abordagens que hoje a gente conhece como terapia corporal. Mas ela não é corporal no sentido de que trabalha exclusivamente sobre o corpo. Ela trabalha utilizando o corpo como um instrumento... Realizado em 1998. No total, aproximadamente 14 minutos. 03 Cordão de Boitatá. O carnaval de rua em seu estado puro. Alegria no viver, em plena paz. Eu, você - se já não estamos - podemos nos imaginar aqui, agora. Realizado em 2010. No total, aproximadamente 24 minutos. Este vídeo, sem fins comerciais, é uma homenagem singela ao Rio de Janeiro, seus músicos e foliões. Compõe uma série - Rio, Estado de Alegria - que inclui Orquestra Voadora, Céu na Terra, Praça São Salvador. Os programas são apresentados por Luiz Fernando Sarmento e compostos por vídeos realizados por ele, só ou em parcerias. Os vídeos que compõem os programas incluem desde depoimentos de terapeutas a rituais de candomblé, passando por registros de carnavais de rua do Rio de Janeiro e rodas de Terapia Comunitária. São atemporais, podem ser veiculados em qualquer época. Em cada programa, um tanto do que o realizador intencionou compartilhar com seus filhos, amigos, vizinhos, colegas de trabalho. E com quem deseje chegar mais perto dos conteúdos que os programas oferecem. Cada programa, com 2 a 4 intervalos, tem cerca de 60 minutos, incluídos os classificados sociais. Sem os intervalos, um pouco menos tempo. Versões integrais de cada programa em m2t e AVI. Os vídeos que compõem os programas, em sua maioria, estão disponiveis na internet. Saiba+ é uma série de programas atemporais disponíveis para veiculação. São 26 programas. Rio de Janeiro Brasil



134 Cultura pesada - Luiz Fernando Sarmento



Cultura Pesada Todo prazer é pecado Em cada pecado, castigo De cada castigo, medo Se pecador é consigo Tristeza, remorso, culpa O paraíso perdido Crente, clemente, confessa Curva, ajoelha, reza Seu amor próprio despreza Volta a ser comedido Rio de Janeiro Brasil Novembro 2014

domingo, 11 de maio de 2025

034 Música, festa na rua 2


quinta-feira, 8 de maio de 2025

um tanto do que aprendi na vida



um tanto do que aprendi na vida Lavei a roupa clara, botei no varal. Cortei o alho, a cebola, refoguei em um pingo d’água, salpiquei um pouco de cada – cúrcuma, curry, louro, salsalho, noz moscada. Preparado o rumo do gosto, lavei e levei pra panela a ervilha que tinha ficado de molho. Misturei no refogado, mexi pra desorganizar. Dali a pouco, botei água, atento, pra baixar o fogo quando fervesse. Não aguentei, piquei em rodelas uma cenoura, um alho-porró e botei lá também, pra cozinhar. Agora em fogo lento. Acerto o despertador do celular pra daqui a quinze minutos me lembrar de olhar, cheirar, provar. Quando pronta, a sopa internaliza seus gostos até a hora que o desejo chame. Epa, tocou o alarme. Meto a colher, tá do meu gosto. Deixo no fogo baixo mais dez minutos. * O alarme insiste, lá se foram quinze minutos. Levanto, provo, gosto do gosto e do jeito do caldo. Apago. Sensação boa. Antes, logo depois de me levantar, me diverti também. Arrumei tipo simples a cama, tomei os glóbulos homeopáticos que minha querida médica acertou, bati um suco legal, pra mim e pra quem aqui. Furei o coco, colhi a água no liquidificador, cortei o coco, tirei a sua carne, coloquei na sua água. Piquei cenoura, banana, mamão, beterraba e inclui com tudo no liquidificador. Bati. Rapidim. Tudo orgânico, sem agrotóxicos, obá. Parti pro banho ali na queda d’água. Lá ou aqui no chuveiro, a água fria me choca e me anima. O sangue, os pensamentos, a realidade melhora quando eu me animo. No embalo, do meu jeito, saúdo o sol, brinco com meu corpo, me movimento. * Meus aprendizados têm sido inesperados. Aprendo mais do que me lembro. Tudo, pra mim, novidade, diferente do que vivi semelhante. Como uma primeira vez. Certezas não tenho. Arrisco falar uma parte do que, agora, está sendo. Estou aprendendo. Sou, um tanto, responsável por quem sou, pela vida que vivo. E, sinto, só vivo mesmo… o que percebo do que sinto. O que não percebo, nem sei que sinto, não vivo. Descubro, escolhas que faço determinam, um tanto, o que viverei. Minhas escolhas interferem em meu estar, em meu ser, em meus relacionamentos. Aprendo, cuidar de mim faz bem a mim e ao meu redor. Só consigo tratar naturalmente bem a outras pessoas se eu próprio me trato bem. Trato, cuido do outro como desejo ser cuidado. Tenho escolhido viver do jeito que gosto. Sinto me faz bem, a outros também. E mal não faça a ninguém. A todo momento, escolhas. Se a tv, o rádio, o jornal, a revista me despertam desconfiança, indignação, raiva, impotência, tristeza, dor… desligo. E foco na realidade que vivo. O que vivo e convivo tem sido animador. Muita gente como eu, os que desejamos vidas boas pra todos. Muita gente com boa vontade, faz o bem que está a seu alcance. Essencial, pro bem viver, a boa vontade. Aprendo ficar atento. Aprendo escolher. Cientista de mim mesmo, experimentei, me liguei nos resultados, animei, mergulhei. Tenho comido somente vegetais – estou vegano – e não como gorduras, mesmo as vegetais. A homeopatia contribui pro meu equilíbrio. Meu corpo tem funcionado bem, a cabeça leve, o coração rejuvenesce, o espírito serena. Amadureço. Leio o que me toca de jeito. Converso mais de assuntos pessoais, falo mais de mim que de outros, escrevo do que me vem. * Peco contra mim, vez em quando. Se nas Gerais, um pão de queijo, um biscoito. Pecado frequente é a infrequência de movimentação física. E a desatenção na respiração. Mas me animam os resultados das escolhas do que me faz bem. Uso 43. Meus sapatos não servem pra pés diferentes dos meus. Percebo que cada pessoa tem seu jeito próprio de viver. Uma organiza de um jeito, outra doutro. Aprendo respeitar a mim e a quem diferente de mim. Aprendo a me amar. Sinto, se estou bem, estou no bom caminho. Se não estou bem, me pergunto o que posso fazer por mim. Meu indicador, meu humor. * Tenho aprendido que meus sentimentos são, também, afetados por minhas escolhas. Cada escolha que faço contribui pro sentimento que sinto. Desconfio de mim quando escolho o que não me faz bem. Desaprendo mentir pra mim mesmo. * Aprendi facilitar rodas de conversas, terapias comunitárias, práticas de redes, feitura de aparelhos orgônicos. Li tanto escrito que permanece dentro de mim. Estados alterados me ampliaram a consciência, percebi o que antes não percebia. Intuo existam outros mundos, paralelos ao nosso. Meu interior é infinito, como infinito o universo. Sem fronteiras entre nós. Pulsamos, vivos, todos, tudo. Pulsações diferentes, sabedorias ocultas em cada mineral, em cada vegetal, em cada animal. * Imagino, cada um de nós se alegra ao fazer o que está ao seu alcance pelo seu próprio bem-estar e pelo bem-estar de outros. Percebo aos poucos, há movimentações libertárias no mundo inteiro. E me alegra saber de cada atitude libertária, individual e coletiva. Cada um vive, se movimenta, de acordo com seus desejos, possibilidades, ações. Meu desafio – talvez nosso – enxergar o que há de bom, agora, no mundo. Há notícias boas.




033 Música, festa na rua



888 quase tudo dominado



quase tudo dominado Antes, muito antes, não me lembro, nem sei mais, talvez falasse a língua dos animais. E antes, perto do princípio, algo como o mais simples ser vivo. Passada larga, me transformo, viro partícula, energia, átomo, célula, pedra, planta, bicho. Chego a macaco. Viro gente como a gente. Uns mais, outros menos, afetados, evoluímos ao mesmo tempo. Alguns viraram humanos, outros meio desumanos. Sei que hoje, ainda, os afetos me afetam. De afeto em afeto, construo minha cultura. * Estou consciente quando estou atento. Ao que está fora, ao que está dentro. * Já no tempo das minhas tataravós, não lia, falava língua de índios. Jurema, Jandira, Jurandir, Jacyra, Maíra, Cainã, Pabi, Turiá e por aí ia. Depois, tempos depois, chegaram os portugueses e me acostumei, esqueci o que sabia. Logo-logo vieram cativos os negros e incorporei suas falas, seus costumes, misturei nossas culturas. Aqui e ali, espanhóis, franceses, holandeses, ingleses, as histórias se repetem. Má sorte, as invasões se tornaram comuns, sempre a lei do mais forte. E eu me adaptei, mistura de todos. * Agora, aqui, pequena cidade que estou, interior, passo pelas ruas e leio: black friday, coca-cola, shopping, yesterday, bluetooth, arezzo, netflix, blue-ray, pfizer, havan, americanas, medley. Net, rock in rio, spotify, bayer, internet, bobs, mcdonald, subway, hot dog ice cream, pizza, marshmellow, rice & beans, makita, wong, iaksoba. Volkswagen, chevrolet, citroen, fiat, ford, bagaggio, toyota, santander, phillips, american express, visa, mastercard, renault, sony, samsung, microsoft. Shell, esso, oil, ketchup, ovomaltine, i-phone, rede shop, uber, airbnb... * Abro os jornais, vejo na tv, as mesmas fontes de informação, comunicações dominadas, quase tudo sai da mesma fonte. American way of life. Vejo o filme, roteiro quase único, alguém persegue alguém que foge de alguém. Passeio pela internet e lá estão: twitter, facebook, blogspot, e-mail, youtube, instagram... De repente, pra mim como pra qualquer um, pelo celular, mensagens personalizadas. Os que coletam meus dados, minhas comunicações sabem sobre mim o que me esqueci. Sabem meu cpf, cep, inss, celular, identidade. Sabem quais minhas escolhas, meus gostos, simpatias. E, aqueles que sabem tanto de mim – do que desejo, gosto ou desgosto, do que como, leio, falo, ouço... – usam o que sabem de mim. Uns, em seus próprios benefícios. Em função do que sabem de mim, falam pra mim o que meus dados informam eu desejo ouvir. Pra mim, como pra cada um, vem informações relacionadas a meus próprios dados, a meu histórico. Sou afetado pelas informações que me chegam. Acredito mais nas informações que me chegam do que na própria realidade que vivo. Talvez, desatento, eu nem perceba o que sinto. Interferem em minha vida. Sinto, penso, ajo em função do que me informo, mesmo não sabendo se verdade ou mentira. Sou guiado sem saber. Falo do que me chega de quem não sei, falo do que não vivi, falo do que não sei. * Eu próprio duvido, imaginação ou memória. Aqui e agora, ou fico atento ou lá se vai minha liberdade. A realidade me confirma se verdade. * Chocado, me olho. Agora, sei mais do halloween que do caipora. Sei mais do faroeste que do Nordeste. Minhas lembranças de infância trazem heróis de lá de fora. Internalizei, entraram em minha cultura. Como hoje entram na geração presente e na futura. * Inda bem, tenho os olhos, janelas das almas. Ouço, cheiro, penso, sinto. Abro os olhos, olho pra fora, olho pra dentro. Aprendizagem de atenção profunda, tanto em mim quanto no mundo. Inda bem, pra mim mesmo não posso mentir. Tenho a consciência que me guia. Aquela que bem me orienta. Aquela que cada um tem. Luiz Fernando Sarmento www.luizsarmento.blogspot.com * Teresópolis Rio de Janeiro Brasil 19 de dezembro de 2019


031 Música na Praça São Salvador



029 Tambores, livres toques: Joás, Marcelo, Sabrina, Antônio, Pedro...



027 Fátima Setúbal lembra versos: Caetano, Leminsky, Sarmento



024 A Paixão do Goleiro



A paixão do goleiro Rola, rola a bola, o atacante lança, o goleiro aguarda, guarda... Desespero do goleiro, a bola o gol alcança, entra o bólido inteiro Herói, agora bandido, batido, sente, abatido, regride, desprotegida criança... Gritos, avança, a multidão avança, potente, inclemente, demente e ele só, só, em plena solidão, a dor da derrota sente Desconfia, mal sabe que nada valem derrotas, vitórias, empates... Somente o amor solidário, nestes momentos de dor, supere aquele calvário... Em si não mais desespero, muda do mundo a visão, sereno, alegre, inteiro: este amor verdadeiro alimenta, enleva o goleiro, deixa a dor, ama o amor, o amor é sua nova paixão...

888 quase tudo dominado



quase tudo dominado
Antes, muito antes, não me lembro, nem sei mais, talvez falasse a língua dos animais. E antes, perto do princípio, algo como o mais simples ser vivo.
Passada larga, me transformo, viro partícula, energia, átomo, célula, pedra, planta, bicho. Chego a macaco. Viro gente como a gente.
Uns mais, outros menos, afetados, evoluímos ao mesmo tempo. Alguns viraram humanos, outros meio desumanos.
Sei que hoje, ainda, os afetos me afetam. De afeto em afeto, construo minha cultura.
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Estou consciente quando estou atento. Ao que está fora, ao que está dentro.
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Já no tempo das minhas tataravós, não lia, falava língua de índios. Jurema, Jandira, Jurandir, Jacyra, Maíra, Cainã, Pabi, Turiá e por aí ia. Depois, tempos depois, chegaram os portugueses e me acostumei, esqueci o que sabia.
Logo-logo vieram cativos os negros e incorporei suas falas, seus costumes, misturei nossas culturas. Aqui e ali, espanhóis, franceses, holandeses, ingleses, as histórias se repetem. Má sorte, as invasões se tornaram comuns, sempre a lei do mais forte. E eu me adaptei, mistura de todos.
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Agora, aqui, pequena cidade que estou, interior, passo pelas ruas e leio:
black friday, coca-cola, shopping, yesterday,
bluetooth, arezzo, netflix, blue-ray,
pfizer, havan, americanas, medley.
Net, rock in rio, spotify, bayer, internet,
bobs, mcdonald, subway, hot dog
ice cream, pizza, marshmellow, rice & beans,
makita, wong, iaksoba.
Volkswagen, chevrolet, citroen, fiat, ford,
bagaggio, toyota, santander, phillips,
american express, visa, mastercard,
renault, sony, samsung, microsoft.
Shell, esso, oil, ketchup, ovomaltine,
i-phone, rede shop, uber, airbnb...
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Abro os jornais, vejo na tv, as mesmas fontes de informação, comunicações dominadas, quase tudo sai da mesma fonte. American way of life. Vejo o filme, roteiro quase único, alguém persegue alguém que foge de alguém.
Passeio pela internet e lá estão: twitter, facebook, blogspot, e-mail, youtube, instagram... De repente, pra mim como pra qualquer um, pelo celular, mensagens personalizadas.
Os que coletam meus dados, minhas comunicações sabem sobre mim o que me esqueci. Sabem meu cpf, cep, inss, celular, identidade. Sabem quais minhas escolhas, meus gostos, simpatias.
E, aqueles que sabem tanto de mim – do que desejo, gosto ou desgosto, do que como, leio, falo, ouço... – usam o que sabem de mim. Uns, em seus próprios benefícios.
Em função do que sabem de mim, falam pra mim o que meus dados informam eu desejo ouvir. Pra mim, como pra cada um, vem informações relacionadas a meus próprios dados, a meu histórico. Sou afetado pelas informações que me chegam.
Acredito mais nas informações que me chegam do que na própria realidade que vivo. Talvez, desatento, eu nem perceba o que sinto.
Interferem em minha vida. Sinto, penso, ajo em função do que me informo, mesmo não sabendo se verdade ou mentira. Sou guiado sem saber. Falo do que me chega de quem não sei, falo do que não vivi, falo do que não sei.
*
Eu próprio duvido, imaginação ou memória. Aqui e agora, ou fico atento ou lá se vai minha liberdade. A realidade me confirma se verdade.
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Chocado, me olho. Agora, sei mais do halloween que do caipora. Sei mais do faroeste que do Nordeste. Minhas lembranças de infância trazem heróis de lá de fora. Internalizei, entraram em minha cultura. Como hoje entram na geração presente e na futura.
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Inda bem, tenho os olhos, janelas das almas. Ouço, cheiro, penso, sinto. Abro os olhos, olho pra fora, olho pra dentro. Aprendizagem de atenção profunda, tanto em mim quanto no mundo.
Inda bem, pra mim mesmo não posso mentir. Tenho a consciência que me guia. Aquela que bem me orienta. Aquela que cada um tem.
Luiz Fernando Sarmento
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Teresópolis
Rio de Janeiro
Brasil

sábado, 3 de maio de 2025

023 Ação Comunitária no Santa Marta - Dr Maurício Junqueira



sexta-feira, 2 de maio de 2025

021 Ação Comunitária no Santa Marta



20 de jun. de 2014

Anderson Carlos Neves, agente comunitário de saúde,
apoia o Dr Maurício Junqueira,
médico no Bar do Tota, no pé do Morro,
para cuidar do bem estar de homens que lá frequentam.

Dr Maurício tem a intenção de, pouco a pouco,
promover encontros periódicos entre homens.



020 Bambolê Voador - Jardins do MAM



Um tanto ao mesmo tempo, agora Isto outro dia, anoitecido Um domingo, assim, inesperado Leveza na cidade Rio de Janeiro Junho 2014 Registro, gravação: Luiz Fernando Sarmento



019 Ê Boi! - Festa junina



sábado, 26 de abril de 2025

018 Música na Penumbra


música na penumbra

Anoiteceu, a alegria permanece. Pura música, ternura pura. Penumbra. Luiz, respeita Januário! E mais, um pupurri... ri, ri, ri... Rio de Janeiro Jardins do MAM 08 de junho de 2014 Registro, gravação, Luiz Fernando Sarmento


quarta-feira, 23 de abril de 2025

013 Viva Mujica! O Mujica que existe em mim - Luiz Fernando Sarmento



Viva Mujica! O Mujica que existe em mim Admiro quem governa bem, aquele que responde ao clamor de quem vive onde, quem bem governa, governa Suas qualidades vão além da lucidez: integra quem legisla, quem julga, quem realiza Sabe, na sua, por própria vivência, o que é rua, o que é decência Afetos afetam quem governa bem Inteligente emocional, competente governador, sente o que outros sentem Gosta do belo, do feio, de contas, dinheiro, gente, da metade, do inteiro, do igual, do diferente Governa tão bem que deseja e facilita a todos se governarem também Orienta a evolução, leve, ética, pura, do enlevo, da educação, da vida plena, segura Antes de governar a outros, governa a si e bem A outros governa porque lhes quer bem O governo que desejo